sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os Arquétipos Femininos

"Não sou feminista, sou antropologicamente lúcida"
              Ana Hatherly - poeta portuguesa nascida em 1929.

Pois é, eu também nunca me conformei com o estado de coisas em que se encontra o Feminino. Porém, nesta minha longa busca por uma explicação e por um alento para toda esta exploração, abuso, desrespeito e abandono, penso muito sobre esta questão e acho que deve-se fazer mais do que apenas queimar sutiã ou bater na mesa com voz grossa.


Não que isto tenha sido errado, absolutamente. Foi necessário e oportuno. Só que é preciso agir de forma a  curar definitivamente este desequilíbrio que se instaurou entre o Feminino e o Masculino. Não dá para  tenta resolver isto com um tipo de 'crossdressing' psíquico:  mulheres que mais parecem  homens de saia e homens cada vez mais atônitos, sem saber como abordar as mulheres, ora adotando um estilo cafajeste, ora com uma total falta de iniciativa que, de tão feminina, chega a irritar.


O fato é que o Feminino está ferido, e de certa forma o Masculino também. 
Sabe aquela cantiga de roda : 'o cravo saiu ferido e a rosa, despedaçada?' É bem isso...


A boa notícia é que sempre depois do momento de maior escuridão é que vêm a Alvorada. E é exatamente isto que estamos vivendo há algum tempo, mais e mais mulheres (e alguns homens também) estão dando mais importância à esta questão. Oxalá em breve o " Milionésimo Circulo" irá se formar e uma nova consciência feminina renascerá. E presenciaremos o resgate do Feminino Essencial.

E todo este movimento social só acontece porque todo este conteúdo já existe no inconsciente coletivo - nos Arquétipos - desde a época das Matriarcas e agora no anseio das mulheres contemporâneas. Portanto, agora é o momento de conhecê-los melhor e nos conectar com eles para que ele se fortaleçam e se instaurem novamente como realidade objetiva. Assim curamos a nos mesmas, para depois curarmos o outro, e juntos curaremos a Terra.

Sim, a Terra, que também é feminina e tem sido subjugada e explorada exatamente como nós, mulheres, para dar o seu fruto 'da forma, na quantidade e no momento certo' para promover mais lucro e riqueza, e não mais seguindo o Ciclo Feminino Natural.

Nos próximos post quero apresentar um resumo sobre o que tenho lido sobre os Arquétipos Femininos. Eles podem servir para acessarmos este conteúdo e melhorarmos nossa relação conosco mesmas e com o Masculino, que também está querendo passar para o próximo nível, só que não sabe como.

Assim, pesquisando sobre os Arquétipos Femininos, encontrei primeiramente Toni Wolff, Toni (Antonia Anna) Wolff (1888 -- 1953), aluna de GC Jung identificou quatro arquétipos na mulher, a que chamou de Mãe, Amazona, Hetaira e Médium. 

Posteriormente cheguei a Sheila Foster, uma terapeuta americana que usa estes arquétipos no seu círculo mulheres chamado Temple of the Sacred Feminine. Baseando-se em Toni, Sheila apresenta mais uma face para o Feminino:   A Mãe, a Amante (ao invés da Hetaira - palavra grega para prostituta), a Amazona, a Medium e a Rainha (que surge quando todas as quatro são despertas e desenvolvidas. Trata-se de um trabalho fascinante que pode ser visto (em inglês) no site www.templeofthesacredfeminine.com

Assim, segundo Sheila Foster, quando conseguimos despertar todas elas, entramos no território da Rainha e nos sentamos em seu glorioso trono, empunhamos o seu cetro, colocamos sua coroa e passamos a efetivamente reinar sobre nossa própria vida, nosso próprio destino.

Gosto de pensar nestes arquétipos como se fossem software que baixamos do Inconsciente Coletivo e instalamos no nosso HD para fazermos um upgrade na nossa psique. Às vezes, quando estou triste e cansada, gosto de pensar neles como entidades poderosas, projeções das Deusas (do Panteão Grego, Hindu ou de outra origem mitológica) para as quais eu peço ajuda e invoco seu poder. O sentimento que eu tenho é  que elas estão lá para mim, prontas para ajudar ou apenas me dar um colo.

É que atribuir ao Divino a responsabilidade de resolver problemas grandes sempre nos dá um descanso necessário e prazeiroso, ainda que temporário, antes que continuemos a trabalhar internamente para lançar luz nas sombras do nosso interior. Um jeito lúdico de resolver problemas grandes com bom humor e otimismo. Funciona mais ou menos assim: A gente faz o que está ao nosso alcance e confia no Divino para fazer o resto. "Faça que eu te ajudarei..."

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