domingo, 18 de dezembro de 2011

A necessidade é a mãe de todas as virtudes.

Precisar de algo ou alguém, por si só, já me fazia tremer... Me dava a sensação de impotência, de perda de controle. Talvez por tudo aquilo que já tinha ouvido dos mais velhos: não dá mole, não. Senão você vai ficar na mão do outro...Cuidado... vão te fazer sofrer...depois não vai dizer que eu não te avisei. Bem, eu sempre fui muito boa aluna, boa filha, boa neta... super obediente, e queria muito ser amada por isso... O resto já fica obvio. Eu fiz exatamente como me ensinaram. Não questionei nem um pouquinho. Claro, era fácil, comodo... Morno, sem graça, sim, mas bem confortável. Isso não dava para negar. Só que aí o tempo foi passando e a necessidade de segurança foi dando lugar a um desejo de viver... pois o tempo passa para todo mundo e quando se olha para trás e vê-se que já se passou a mesmo número de anos que se tem à frente, considerando a expectativa de vida de um brasileiro mediano... bom aí o bicho pega. Aí não dá para encarar a vida como uma coisa que nunca vai acabar. Por que um dia acaba. Daí resolvi, criar coragem e mudar. Dar um chute em tudo que parecia morno e sem graça e vivenciar aquilo que faz meu coração vibrar e dizer UAU! e ir em busca do meu sonho, "Follow my bliss" , parafraseando Campbell.Bem crise de meia idade. Mas, antes tarde do que nunca. Fácil não tem sido, aliás, é tudo o que NÃO tem sido. Mas tem sido muito gostoso. Muito gostoso,mesmo. Só que eu descobri uma coisa, uma coisinha bem pequena. O prazer e o tesão são diretamente proporcionais ao medo, ao se estar na corda bamba, à perspectiva de se perder aquilo que se tem. E isso muda tudo. Porque, para uma pessoa que fugiu de dizer EU PRECISO DE VOCÊ, e quis ter o controle da situação... este prazer é estonteante, mas o medo é alucinante e a dor, excruciante. É muito bom, mas a gente sofre na mesma proporção... Vale a pena? Que pergunta... CLARO que vale, cada minuto. Mas a perspectiva de se ter o coração dilacerado é avassaladora. É muito interessante ter uma visão filosófica da paixão aos 40. Sem tê-la vivido direito aos 20. Você tem uma visão mais clara, mas nem por isso dói menos. Bem, tenho aprendido muito e gostaria de poder compartilhar um pouco disso... Talvez ajude alguém a se soltar... Eu sei que isso é obvio. Mas o óbvio vivenciado, empírico, e não aceito como verdade, tem um gosto diferente. Os dias tem mais colorido, Vinícius de Morais nunca fez tanto sentido, e eu nunca tive tanto medo... mas também, nunca me senti tão viva. E isso vale para tudo: Não só para um grande amor, uma paixão, mas também para uma nova carreira, um novo emprego, um novo projeto, qualquer coisa... Daí eu evoco todos os que lerem este texto. Não deixe a certeza das coisas te convencer, toldar a tua visão e te fazer covarde. Busque seu sonho, tente... ao menos pense nisso... Eu estarei aqui torcendo por você!

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