terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O arquétipo da guerreira

Desde quando idealizei este blog, queria escrever para o feminino... queria curar o meu feminino e, claro ajudar a curar as feridas das minhas irmãs. Eu não tinha certeza de como fazê-lo e, como eu havia lido a obra de Shirley Foster com os 4 arquétipos femininos de Toni Wolff e comentar sobre a minhas iniciações , ou pequenas curas vivenciadas nestes arquétipos. Quero lançar o meu olhar nestes 4 arquétipos antes de me lançar em outro assunto. Visitei o arquétipo da Mãe, o arquétipo da Amante (Hetaira), e agora quero entrar nos domínios da Guerreira (Amazona)... No universo feminino temos muitos exemplos desse arquétipos para ser analisado, contemplado, identificado e até copiado... Eles vem em todas as cores e tamanhos... Boudicca e Maeve, duas rainhas Celtas que eu quero comentar, Joana D'Arc, heroína católica, Artemis, Atena do panteão grego; Iansã, da cultura yoruba... Até Afrodite Areia, ou Victrix - dois epitetos guerreiros de Afrodite, a Deusa do Amor. Aliás as Deusas do Amor tendem a ser também Deusas da Guerra, já que o amor e a guerra, ou amor e ódio, são dois lados de uma só e única moeda. De espada na mão e muita coragem e fúria no olhar, elas dão o seu grito de guerra e metem medo até no mais temível inimigo. Eu pesquisei primeiro a Rainha Boudicca e me emocionei com sua força. Descobri o quanto deste arquétipo existe em mim. Boudicca, a rainha do povo Iceni, um dos mais corajosos povos Celtas, de fato viveu nos primeiros anos depois de Cristo, quando o exército romano decidiu, pela segunda vez, conquistar a ilha onde hoje se encontra a Grã Bretanha. Ela não aceitou o jugo romano e liderou seu povo e alguns outros povos que aceitaram juntar-se a ela, lutando com bravura, resistindo, com poucas armas, por dois longos anos à mais poderosa força bélica daquele tempo. De tanta bravura, ela recebeu uma estátua próximo ao pier de Westminster, na Inglaterra. Um filme retrata a sua vida - A rainha da Era de Bronze - inspira e motiva. Principalmente por se tratar de uma estória real, documentada e verídica. O único detalhe é que a história universal a retrata como uma sanguinária, psicopata, mas o filme empresta a voz ao lado Celta, e a mostra como uma mulher destemida que dá sua vida pela causa de seu povo, não sem antes mostrar a força de sua espada. No filme ela luta, enfurecida; é sexy, seduz e ama; e ainda é mãe com a mesma maestria, me mostrando que o feminino pode ser forte, o suficiente consegue unir todas as faces numa só pessoa...e continuar feminino! Eu aprendi algumas lições ao assistir o filme. Suas palavras não saíram da minha mene por mais de uma semana e, por isso, honrei Boudicca, como honro minhas próprias antepassadas. Gostaria de compartilhar o que aprendi aqui: A primeira coisa que aprendi foi: "Não há nada que te façam que possa te machucar...mesmo que o teu corpo seja corrompido e tuas posses te sejam tiradas, o teu espírito e tua força, não se quebram, pois são teus... SÓ TU PODES QUEBRAR A TUA PRÓPRIA FORÇA, ninguém mais... A segunda lição que Boudicca me ensinou: TODOS OS HOMENS MORREM E TODAS AS MULHERES MORREM... NOSSA VIDA SE ACABA NUM INSTANTE. SOMOS COMO PASSAROS QUE SAEM DA ESCURIDÃO, ENTRAM NUM TUNEL ILUMINADO. Mas nesse breve instante podemos fazer coisas grandiosas... Podemos nos fazer lembrados para sempre... E pela nossa Grande Mãe, a Deusa.... nós vamos fazê-lo! E se esta for nossa última noite, amaremos e gozaremos e beberemos e comeremos e nos alegraremos.... em gratidão a vida... com muita, muita paixão... e também da mesma forma, a cada vitória, amaremos nossos homens na cama de nossos inimigos, e cantaremos e dançaremos e beberemos com a mesma gratidão a vida e à Grande Mãe... Mas..... no dia da batalha pintaremos nossos rostos, trançaremos nossos cabelos e nos vestiremos no melhor estilo guerreiro para nos divertir... Então faço minhas as palavras de Boudicca, que podem ser repetidas a cada vez que nosso arquétipo de Guerreira precisa entrar em ação, para por limites, e proteger nossa criança interior: "Hoje minhas bravas e corajosas irmãs guerreiras, hoje vamos enfrentar o exército inimigo. Eles são fortes, mas nós somos ainda mais fortes do que eles. A riqueza e as armas deles não vão protegê-los. Nada se compara à valentia de nossos corações, à nossa paixão, à nossa coragem... Eles nunca serão como nós. Mesmo se estiverem na ponta da espada do inimigo, olhe no fundo dos olhos dele e ria, pois ele nunca vai poder te matar... Pois não podemos morrer...mesmo derramando o nosso sangue nós continuaremos vivendo no lugar que é nosso, segundo nossos ideais e nossas crenças, celebrando o passado com nossos ancestrais , e alcançando o futuro com nossas crianças... Somos parte umas das outras, sempre e eternamente...Não podemos perder. A Vitória é nossa. Sabemos do nosso valor. ISTO É ESTAR VIVO..."

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