domingo, 16 de dezembro de 2012

Masculino e o Feminino

O conceito de desenvolvimento  nossa era está intrinsecamente ligado ao conceito de masculino. A forma de convencer, de se mover na sociedade de galgar degraus na vida, de obter lucros e prosperar no mundo corporativo... O  conceito de eficiência não pressupõe nem de longe a emoção ou a intuição...
A geometria do sucesso só é composta de figuras de linhas retas, angulares, cantos vivos...
A circularidade, a curva, os meandros são mal vistos, não são suficientemente objetivos, não são fáceis de controlar...
Porém, bem dentro da psique humana, principalmente da psique da mulher, que tem uma natureza bio-psicologicamente mais complexa, há elementos que não se devem domar, ou controlar sob pena de um ‘efeito rebote’. Este efeito atende pelos nomes de síndrome do pânico, ansiedade, depressão, alergias, enxaquecas, TPM, etc.

A mulher que vence no mundo corporativo precisa se assemelhar ao homem... ser firme dura, donzela de ferro... Este perfil é muito útil, mas deve ser utilizado como uma veste, uma armadura que se pode tirar quando se quer. A mulher poderia ser mais feliz, se pudesse navegar mais livremente pelas várias facetas que precisa assumir na vida, os vários papéis que deve a vida moderna a obriga a desempenhar... E, talvez, só talvez, ela pudesse se despir dessas vestes e ser ela mesma, só de vez em quando...

A mulher que vence no mundo social precisa se assemelhar ao homem... mas deve ser feminina! Deve obedecer os ditames da moda, se apresentar impecável, iguais às outras de sua espécie, de preferência... Deve comprar as mesmas coisas, ter as mesmas medidas, gostar do mesmo penteado... de preferência controlar tudo o que por ventura teimar em ser diferente: cabelos devem ser lisos, porque se forem crespos não se conseguem domar...  tudo deve ser bem comportado, adaptado...
A mulher só poderá ser dona de si, quando puder participar do mundo ‘masculino’ e vestir sua armadura e ‘matar um leão por dia’, e ainda assim conseguir se despir desta armadura, com facilidade e colocar outras vestes...

O arquétipo de guerreira é o mais utilizado pelas mulheres, hoje em dia, mas esta guerreira por vezes sofre... não tem tempo para se curar de suas feridas de batalhas... já não se lembra da última vez que pôde tirar sua armadura e descansar... está em guerra, está sozinha, não dorme direito, precisar vigiar o tempo todo...

Num circulo de mulheres pode-se dividir o fardo, pode-se dormir tranquilamente, pois nos revezamos, vigiando para que nossas companheiras possam descansar...


Segundo a psicologia analítica, arquétipo significa a forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar.  Jung usou o termo para se referir a estruturas inatas que servem de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique.
Para Jung, arquétipo é uma espécie de imagem incrustada profundamente no inconsciente coletivo da humanidade, refletindo-se (projetando-se) em diversos aspectos da vida humana, Jung deduz que as "imagens primordiais" - outro nome para arquétipos - se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Eles são as tendências estruturantes e invisíveis dos símbolos.. Eles se encontram entrelaçados na psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a seus sentidos. Porém, apesar desta mistura, cada arquétipo constitui uma unidade que pode ser apreendida intuitivamente.
A mulher possui alguns arquétipos, a Mãe, a Filha, a Guerreira, a Selvagem, a que conversa com Deus, a Amante, a Esposa.

Mesmo sem saber, sem conhecer os arquétipos, reproduzimos os seus padrões...e as vezes a parte mais negativa destes padrões... A Mãe tipo mater dolorosa, a filha rebelde ou a filha submissa e carente, a Guerreira ferida, a Esposa traída ou desconfiada, a Amante explorada ou vítima de preconceito...

Para um desenvolvimento psicológico saudável é essencial que estes arquétipos sejam visitados, vivenciados, curados... E, um circulo de mulheres é um lugar seguro para a vivência de todos estes papéis... e a troca de experiência é muito rica.

A Guerreira deve dar lugar à Mãe ou à Amante, sem prejuízo de uma ou de outra... Assim a mulher torna-se completa, plena, inteira e consegue acordar em si outro arquétipo muito importante, que é o Arquétipo da Rainha de seu próprio Reino... e tomar posse de sua coroa e seu manto e seu cetro...

Isto é o que se vivencia num circulo de mulheres...
E então, completa e inteira, a mulher pode lançar mão de sua armadura de Guerreira e lutar com destreza e eficiência todas as batalhas que precisar, ou quiser, em nome de sua verdade, não para satisfazer ao sistema...







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