A geometria do sucesso só é composta de figuras de linhas
retas, angulares, cantos vivos...
A circularidade, a curva, os meandros são mal vistos, não
são suficientemente objetivos, não são fáceis de controlar...
Porém, bem dentro da psique humana, principalmente da psique da mulher, que tem uma natureza bio-psicologicamente mais complexa, há elementos
que não se devem domar, ou controlar sob pena de um ‘efeito rebote’. Este efeito
atende pelos nomes de síndrome do pânico, ansiedade, depressão, alergias,
enxaquecas, TPM, etc.
A mulher que vence no mundo corporativo precisa se
assemelhar ao homem... ser firme dura, donzela de ferro... Este perfil é muito
útil, mas deve ser utilizado como uma veste, uma armadura que se pode tirar
quando se quer. A mulher poderia ser mais feliz, se pudesse navegar mais
livremente pelas várias facetas que precisa assumir na vida, os vários papéis
que deve a vida moderna a obriga a desempenhar... E, talvez, só talvez, ela
pudesse se despir dessas vestes e ser ela mesma, só de vez em quando...
A mulher que vence no mundo social precisa se assemelhar
ao homem... mas deve ser feminina! Deve obedecer os ditames da moda, se apresentar
impecável, iguais às outras de sua espécie, de preferência... Deve comprar as
mesmas coisas, ter as mesmas medidas, gostar do mesmo penteado... de preferência
controlar tudo o que por ventura teimar em ser diferente: cabelos devem ser
lisos, porque se forem crespos não se conseguem domar... tudo deve ser bem comportado, adaptado...
A mulher só poderá ser dona de si, quando puder participar
do mundo ‘masculino’ e vestir sua armadura e ‘matar um leão por dia’, e ainda assim conseguir se despir desta armadura, com facilidade e colocar outras
vestes...
O arquétipo de guerreira é o mais utilizado pelas
mulheres, hoje em dia, mas esta guerreira por vezes sofre... não tem tempo para
se curar de suas feridas de batalhas... já não se lembra da última vez que pôde
tirar sua armadura e descansar... está em guerra, está sozinha, não dorme
direito, precisar vigiar o tempo todo...
Num circulo de mulheres pode-se dividir o fardo, pode-se
dormir tranquilamente, pois nos revezamos, vigiando para que nossas
companheiras possam descansar...
Segundo a psicologia analítica,
arquétipo significa
a forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. Jung usou o termo para se referir a estruturas inatas que servem
de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique.
Para Jung, arquétipo é uma
espécie de imagem incrustada profundamente no inconsciente coletivo da humanidade, refletindo-se
(projetando-se) em diversos aspectos da vida humana, Jung deduz que as
"imagens primordiais" - outro nome para arquétipos - se originam de
uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Eles
são as tendências estruturantes e invisíveis dos símbolos.. Eles se encontram
entrelaçados na psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a
seus sentidos. Porém, apesar desta mistura, cada arquétipo constitui uma
unidade que pode ser apreendida intuitivamente.
A mulher possui alguns arquétipos, a Mãe, a Filha, a
Guerreira, a Selvagem, a que conversa com Deus, a Amante, a Esposa.
Mesmo sem saber, sem conhecer os arquétipos, reproduzimos
os seus padrões...e as vezes a parte mais negativa destes padrões... A Mãe tipo
mater dolorosa, a filha rebelde ou a filha submissa e carente, a Guerreira
ferida, a Esposa traída ou desconfiada, a Amante explorada ou vítima de
preconceito...
Para um desenvolvimento psicológico saudável é essencial
que estes arquétipos sejam visitados, vivenciados, curados... E, um circulo de
mulheres é um lugar seguro para a vivência de todos estes papéis... e a troca
de experiência é muito rica.
A Guerreira deve dar lugar à Mãe ou à Amante, sem prejuízo
de uma ou de outra... Assim a mulher torna-se completa, plena, inteira e
consegue acordar em si outro arquétipo muito importante, que é o Arquétipo da
Rainha de seu próprio Reino... e tomar posse de sua coroa e seu manto e seu
cetro...
Isto é o que se vivencia num circulo de mulheres...
E então, completa e inteira, a mulher pode lançar mão de
sua armadura de Guerreira e lutar com destreza e eficiência todas as batalhas
que precisar, ou quiser, em nome de sua verdade, não para satisfazer ao sistema...
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